terça-feira, 8 de setembro de 2009

.O terceiro Querer.

As escolhas da vida são muitas.
Mas consigo me lembrar de três que tenham sido realmente relevantes na vida adulta - e com essa, quero dizer A-Vida-Em-Que-Se-Escolhe-E-Se-Arca-Com-A-Escolha.

Na chuva, sob os versos de Romeu, depois de uma noite deveras completa para uma mulher, ao lado de companhia ineditamente agradável em tanto tempo, eu sorri com todo o meu coração, e diante dos elogios sobre minha música, meu jeito, meu rosto, meus cabelos e meu corpo, disse a ele: QUERO.

No emprego recente, o chefe, procurando entender minhas intenções na empresa, ouviu o segundo QUERO mais sincero da minha vida.

O terceiro quero, assim como o terceiro homem de Teresinha, foi a quem dei a mão quando tanto precisei.
Ouvi a mim mesma.
- Quer mesmo não conversar nunca mais?
- QUERO.

E agradeço aos astros por me terem dado a oportunidade de morrer mais uma vez.

Começar do zero não acaba nunca.

4 comentários:

Cláudia disse...

A vida é cíclica.

Leia Borges, eu te empresto no próximo Drink :).

amandagabriel disse...

leve.
palavra que passa voando na janela e entra no quarto fazendo borboletices.

Victor Meira disse...

Devaneio bacana, Re.

Comentário a parte: eventualmente eu sinto um tom que margeia a desconfiança, ou um receio, nos textos das meninas. É difícil de explicar mesmo. Talvez um pessimismo que invariavelmente vitimiza a protagonista da crônica, de um jeito tão efêmero quanto é trágica a realidade que ela aceita no desfecho da narrativa.

Pode ser que seja impressão minha, né?

Unknown disse...

Guardô, Rê.