Entreguei os trocados como de costume. Esperei o troco.
Ao levantar a cabeça para pegar as moedas, lá está ele, o cobrador mais bonito da cidade.
Os olhos verdes se apertam pra dentro do rosto, como se desdenhassem da reação de todas ao entregarem seus sempre trocados como de costume.
Chega mais uma.
Ela finge não ter se abalado com os braços jambos e fortes. Mas erra tudo, se atrapalha coma bolsa, coma catraca, coma vida. Dá uma risada sem graça.
Ele também ri, mas é de seu poder.
Nenhuma mulher está imune a ele.
Seus lábios gordos estão selados.
Pra quê falar? E tirar a utopia de sua aura?
Sua função aqui parece ser apenas observar com os olhos de cristal quem ele acha que merece.
De dentro das grades verdes-limão, no alto do olimpo do Jardim Miriam.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
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2 comentários:
Nunca sei como "analisar", mas guardo uma sensação boa, até de leveza. Gostei!
Hahaha, que gostoso isso. Foi muito gostoso de ler. Caramba, que legal, haha. É um recorte precioso, Re, muito bem sentido, muito bem colocado e construído.
É gostoso olhar com desinteresse pràs coisas dos busões dos dia-a-dias. A FUNÇÃO dele era não só observar, mas, tanto quanto (se não mais), ser observado por toda donzela citadina.
Adorei os "braços jambos", um tezão.
Haha, tudo certo.
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