segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Desculpe, foi engano.

No meio da madrugada o telefone tocou. Há quanto tempo não ouvia aquela voz!
Ela pensava que ele já nem pensava mais nela. Ela não sentia saudades, mas seu coração veio à garganta ao ouvir aquele "alô".
Um misto de felicidade e euforia contida lhe atingiram enquanto o cumprimentava, junto com as lembranças do que nunca aconteceu. Eram 3h da manhã.
Fazia muito tempo que ele não a procurava ou a encontrava por acaso. Costumavam frequentar as mesmas festas, porém, depois do fato não ocorrido, ela parou de sair pra dançar. Apagou o número dele com muito custo do seu celular, apesar de ainda saber de cor. Ele parou de ligar.
Desta vez não estava bêbado, nem tinha muito pra falar. Havia ligado por engano, não porque discara o número errado, sim porque pensara errado. Perguntou sem mais:
- Você está solteira?
- Não. (?)
- Eu vi seu noivo sozinho na balada hoje, pensei que tivesse acontecido alguma coisa.
- Ah... Estou viajando a trabalho, não estou na cidade.
- Entendi.
E foi só. O restante da conversa não tinha significado algum, estavam ambos sem graça. Ela fingindo indiferença e tentando desligar, ele fingindo amizade e querendo fazer durar.
O homem era do tipo bom moço, embora não por querer. Lamentava o respeito que tinha por aquela mulher, assim como ela lamentava seu comportamento respeitador.
Toda vez que se encontravam por acaso engoliam seco as palavras que lhes vinham à mente, sem que um ou outro percebesse. Os corpos enrijeciam, não sabiam o que sentiam.

3 comentários:

Renata disse...

Eu acho que um dia vou acabar sentindo isso.

Antônio Sozinho disse...

isso acontece com mulher também?

Renata Asato disse...

a minha pergunta seria "isso acontece com homem também?" rs

estamos respondidos.