Fazia tempo que não sentava
em frente à janela,
"São Paulo não é bem uma cidade
para se fazer isso",
pensava ela.
Evitava olhar àquele monstro de cima,
tanto quanto tentáculos,
aqueles prédios tendiam a dar-lhe arrepios.
Evitava escrever,
e evitava lembrar.
Só que hoje,
hoje seria um daqueles dias
que te instigam a coragem.
Da janela,
ela o encarava de frente.
E, com o lápis na mão, -
já que caneta não tinha mais -
ela perdia as palavras,
que fugiam por entre os milhões
de apartamentos.
As janelas não são mesmo como antes,
e as infinitas histórias já nem se sabe mais.
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4 comentários:
sinto algo bem parecido no momento :)
Então são paulo e os anos envenenaram suas palavras fujonas? Dou a mão a ela e ajudo a procurar as infinitas histórias.
Estão por toda parte.
concordo com a Chaveiro, e com o poema inteiro...tb sinto algo assim...
às vezes São Paulo te engole...
eu gosto desse jeito q vc escreve...
beijos
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