sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Tentáculos.

Fazia tempo que não sentava
em frente à janela,
"São Paulo não é bem uma cidade
para se fazer isso",
pensava ela.
Evitava olhar àquele monstro de cima,
tanto quanto tentáculos,
aqueles prédios tendiam a dar-lhe arrepios.

Evitava escrever,
e evitava lembrar.

Só que hoje,
hoje seria um daqueles dias
que te instigam a coragem.
Da janela,
ela o encarava de frente.

E, com o lápis na mão, -
já que caneta não tinha mais -
ela perdia as palavras,
que fugiam por entre os milhões
de apartamentos.

As janelas não são mesmo como antes,
e as infinitas histórias já nem se sabe mais.

4 comentários:

Renata disse...

sinto algo bem parecido no momento :)

Victor Meira disse...

Então são paulo e os anos envenenaram suas palavras fujonas? Dou a mão a ela e ajudo a procurar as infinitas histórias.

Estão por toda parte.

Carina disse...

concordo com a Chaveiro, e com o poema inteiro...tb sinto algo assim...

às vezes São Paulo te engole...

Renata Asato disse...

eu gosto desse jeito q vc escreve...

beijos